terça-feira, 15 de março de 2011

Dave Matthews Band

Depois de um longo e tenebroso inverno sem escrever, voltando com um post realmente intenso. Tanto pelo paladar musical, quanto pela história e renome da banda: nada mais nada menos que Dave Matthews Band.
Vou mandar esse pra Mel e pra Laurinha (http://caroestranho.blogspot.com/) que são grandes entusiastas dessa banda.. Sem mais bla bla bla, vamos nós:


Nascido na África do Sul, mais especificamente em Johannesburg, em 09/01/1967, migrando posteriormente para os EUA, indo morar em Charlottesville, Virgina, onde reside até hoje, Dave Matthews nunca pensou que iria criar uma banda, alcançar mais de 20 milhões de cópias só nos EUA, ter uma legião de fãs, que estão entre as mais fiéis do mundo, e bater recordes de vendagem de ingressos com shows nos maiores estádios americanos.
A vida de Dave Matthews nunca foi muito fácil ou passiva. Perdeu seu pai na adolescência. Criado pela tradição Quaker, uma organização religiosa que prega, dentre outras coisas, liberdade de pensamento e igualdade racial, sempre teve participação ativa em movimentos contra o racismo na África do Sul. Já nos EUA, passou um bom tempo trabalhando como garçom em bares de Charlottesville.
Desde pequeno tinha muitas influências musicais, e logo os Beatles se tornaram uma muita importante, sendo seguidos por bandas como Led Zeppelin, Deep Purple e Jethro Tull, até mesmo por Bob Marley. O violão foi o primeiro passo para carreira artística, mas Dave era também apaixonado por atuar, e chegou a participar de algumas peças teatrais.
Em um dos bares em que trabalhou, o Miller's, que acabou se tornando, inclusive, muito importante na história da banda, por coincidência, destino ou sorte, Dave conheceu pessoas que iriam diretamente influenciar o futuro da banda, entre elas John D'Earth, Tim Reynolds, Greg Howard e seus companheiros de banda, Carter Beauford e Leroi Moore, que já se conheciam e tocavam freqüentemente no mesmo bar.
Foi em novembro de 1990 que Dave, no estúdio de Howard, gravou a primeira 'demo' que contava com as músicas 'The Song That Jane Likes', 'I'll back you up', 'Recently' e 'The Best of What's Around'. Foi nessa mesma época também que se iniciou a maior fase criativa de Dave. Em dois anos, quase todas composições que estariam nos três primeiros álbuns da banda já estavam compostas.
Convidar Carter (bateria) e Leroi (todos tipos de sax, flauta, e qualquer instrumento de sopro que você puder pensar!), não foi uma tarefa difícil, visto que eles já tocavam no bar em que Dave trabalhava, mas ele nunca pensou que eles aceitariam gravar uma 'demo' e começar a ensaiar, até porque os dois já eram músicos bem conhecidos na cena musical de Charlottesville.
Stefan Lessard (baixo), então com 16 anos, foi recomendado por John D'Earth, que era seu professor na época, para integrar a banda. A formação estaria fechada, mas após o convite a Boyd Tynsley (violino) para tocar a faixa 'Tripping Billies' para uma 'demo', a banda abriu espaço para mais um músico, e então estava finalmente criada a Dave Matthews Band.
O primeiro show da banda foi em abril de 1991, para cerca de 200 pessoas, e a reação do público foi incrível, pois todos começaram a dançar, mesmo sem conhecer as músicas. A partir desse ponto se tornou claro que um dos pontos altos da banda era exatamente tocar ao vivo. Após esse show, uma amiga da banda, Lydia Conder, agendou uma festa em um lugar chamado Pink Warehouse (que mais tarde iria dar origem à música 'Warehouse'), em Charlottesville, e os convidou para lá tocar. Quem diria que essa banda lotaria shows de 90.000 pessoas poucos anos depois.
Cada show da banda era um novo acontecimento. De mês em mês, novas músicas eram apresentadas e mesmo as que eram tocadas todas as noites sempre apareciam em novas versões, com 'jams' e improvisos que faziam com que cada minuto fosse uma nova experiência.
O que aconteceu depois disso é história. A banda, ainda pequena, começou a fazer mais e mais shows, e começou a montar uma base de fãs leais, mesmo sem lançar nenhum CD ainda, que, por uma política adotada pela banda que dura até hoje, gravavam tudo que acontecia nessas apresentações ao vivo. Os fãs tinham liberdade de ligar seus gravadores diretamente na mesa de som, trocavam e distribuíam essas gravações, fazendo com que a Dave Matthews Band crescesse em uma velocidade absurda, lotando todos lugares em que se apresentavam nas redondezas.
1993 foi o ano em que o contrato com a gravadora RCA foi assinadpo. Mesmo assim, o primeiro álbum foi lançado por um selo independente do próprio Matthews, a Bama Rags. 'Remember two Things' foi um sucesso e, já na festa de lançamento, uma quantidade absurda de fãs foi levada para a sessão de autógrafos na cidade natal da banda, Charlottesville.
1994 foi o ano da Dave Matthews Band. Finalmente 'Under the Table and Dreaming', seu primeiro álbum pela RCA, estava sendo lançado, com o produtor Steve Lillywhitte. O maior medo era que o produtor quisesse alterar o som da banda ou influenciá-los musicalmente de alguma maneira desconcertante, mas Steve fez exatamente o contrário. No primeiro contato que teve com a 'DMB' deixou bem claro que ele não faria nada para mudar o som da banda e ainda prometeu um disco de platina. Sua promessa foi cumprida e, depois de um ano, Matthews e seus companheiros receberiam o primeiro, de muitos, discos de platina.
Esse ano também não foi só de coisas boas e uma tragédia aconteceu na vida de Dave logo no início do mesmo. Sua irmã foi assassinada pelo marido na África do Sul. Em um show com Tim Reynolds no dia seguinte à morte de sua irmã Dave declarou: "Cheguei da África do Sul hoje de manhã, minha irmã morreu, esse show é dedicado a ela". Como primeiro 'single', foi escolhido 'What Would You Say' (que também gerou um vídeo clipe) contando com a participação de John Popper, do Blues Traveler, logo seguido de 'Ants Marching' (também com vídeo clipe e 'single') e 'Satellite' (vídeo clipe e 'single').
Nos shows dessa época já eram tocadas também quase todas músicas que estariam no próximo lançamento, como '#41', 'Say Goodbye', 'Proudest Monkey', dentre outras, além de algumas que até hoje não chegaram a ser oficialmente lançadas, como 'Get in Line' e 'Don't Burn the Pig'.
A DMB realmente estava no caminho certo. Com isso, era hora de entrar no estúdio de novo e gravar o álbum que levaria a banda de Virginia ao mega estrelato. Lillywhite foi novamente escolhido para a produção. A gravação aconteceu sem maiores problemas, visto que aproximadamente 80% das novas composições já haviam sido exaustivamente tocadas ao vivo. Como a própria banda conta, o que viria a ser 'Crash' (terceiro álbum da banda) tinha uma maior diversidade de emoções, era muito mais agressivo, muito mais calmo, muito mais rock, muito mais jazz, e toda essa diversidade tinha sido adquirida em turnê, pois eles tinham ganhado muito mais experiência, e com isso, muito mais liberdade de se expressar.
'Crash' foi lançado no dia 30/04/1996 e entrou diretamente na segunda posição da Billboard. Falar em destaques é até brincadeira, mas os 'singles' (e vídeo clipes) foram 'Crash into Me', 'So Much to Say' e 'Too Much'. Esse álbum também traz hinos reverenciados até hoje pelos fãs da banda, como '#41', 'Say Goodbye', 'Lie In Our Graves', 'Two Step' e 'Tripping Billies'.





'Too Much' deu à Dave Matthews Band seu primeiro Grammy Award, de melhor performance de rock. A turnê do lançamento seguiu tranqüila, e cada vez mais, incrivelmente, os shows aumentavam de tamanho. Também foi nessa época que acoteceu o lançamento de 'Live At Red Rocks', um duplo álbum ao vivo, gravado em 1995, que trazia uma performance brilhante da banda em ação.
'Before These Crowded Streets' (o próximo álbum de estúdio) já estava sendo finalizado, quando um show, antecedendo seu lançamento, no Giant Stadium, vendeu em menos de 1 hora e meia, mais de 80 mil ingressos e teve sua lotação esgotada. A DMB tinha chegado ao seu ápice. Será?
Após seu lançamento, 'Before These Crowded Streets' (gravado com o mesmo produtor e que entrou direto no primeiro lugar da Billboard, desbancando a trilha sonora do 'blockbuster' 'Titanic') provava o impossível. Conseguia ser melhor que os discos anteriores, bem mais maduro, mais denso, mais realístico, e um pouco mais triste que seus antecessores. Desde a entrada, com 'Pantala Naga Pampa', até o fim, com a linda 'Spoon', o álbum só tem altos, e quem conhece, sabe que não é exagero. Os 'singles' e vídeo clipes foram 'Don't Drink the Water', 'Stay (Wasting Time)' e 'Crush'. O álbum trazia ainda uma versão nova e melhorada (além de estar muito mais pesada) de 'Halloween', uma antiga composição da banda.
Como de costume, a DMB caiu na estrada de novo, e mais uma vez foi um sucesso.
Dave Matthews então resolve lançar um acústico com seu amigo Tim Reynolds, e, em 1999, entra nas lojas 'Dave Matthews & Tim Reynolds - Live at Luther College', com uma apresentação carismática, que mostra Tim Reynolds e toda sua técnica, e principalmente seu 'feeling', provando ser um dos melhores violonistas da sua época, sem contar com Matthews, que é um show à parte.
É também no final de 1999 que os fãs recebem outro presente (gravado na turnê do agora multiplatinado 'Before these Crowded Streets'), 'Listener Supported', que traz outro show da DMB, com versões maravilhosas para músicas não tão conhecidas da banda como 'True Reflections', '#40' e 'Granny', além de covers como 'Long Black Veil' e a habitual 'All Along The Watchtower', presente em quase todas apresentações.
No fim de 2000 a banda decide abandonar as gravações do que seria seu próximo álbum, com o produtor Steve Lillywhite, com músicas que já estavam sendo tocadas em diversos shows, dentre as quais 'Grey Street', 'Raven' e 'Bartender'. A DMB alegou que Dave estava passando por uma depressão e que a gravação dessas faixas se deu num clima que não condizia com a Dave Matthews Band. Além disso, pressionados pela gravadora, por não ter nenhuma nova 'Tripping Billies' ou alguma faixa mais alegre, visto que as novas músicas eram mais densas e mais 'dark' que as do disco 'Before These Crowdred Streets', a DMB resolve engavetar essas gravações.
Dave vai ao encontro de Glenn Ballard, produtor de nomes como Michael Jackson e Alannis Morissette, para pedir auxílio na composição de novas músicas e de um novo álbum. Os dias com Glenn Ballard ajudaram Dave a curar sua depressão e mais uma vez irrompe em Dave um surto criativo que fez com que em duas semanas o novo álbum fosse inteiramente composto. A banda então vai ao encontro de Dave e, no início de 2001, 'Everyday' chega às lojas trazendo algumas novidades.
A sonoridade da Dave Matthews Band havia mudado. Tocando agora guitarra elétrica na maioria das faixas, 'Everyday' traz uma DMB mais direta, sem tanto instrumental, com um som mais acessível, soando mais 'pop' e com bem menos complexidade. Muitos fãs torceram um pouco o nariz para o disco, mas é impossível negar a qualidade de 'Everyday', com músicas como 'So Right', 'What You Are', 'Fool To Think', 'If I Had It All' e a própria 'Everyday'. Como 'singles' foram escolhidas as faixas 'I Did It', 'The Space Between', e 'Everyday' ('When The World Ends' ia ser escolhida, mas com os atentados do dia 11/09/2001 nos EUA, a banda optou pela faixa 'Everyday').
É também no ínicio de 2001 que a DMB toca no 'Rock in Rio 3', saciando a espera de milhares de fãs que aguardavam ansiosamente a vinda da banda às terras brasileiras desde a primeira e única vinda, para o 'Free Jazz Festival' de 1998.
Com tudo na perfeita ordem a DMB não esperava que as sessões que haviam sido engavetadas com o produtor Steve Lillywhite chegassem à Internet, à disposição dos fãs, com o nome de 'The Lillywhite Sessions'. Lá estava o que seria o álbum da Dave Matthews Band (que teria, segundo muitos, o nome oficial de 'The Summer So Far'), logicamente não acabado, ainda sem a produção devida, mas ainda assim com muita qualidade. 'Busted Stuff', 'Grace is Gone', 'Captain', 'Diggin' a Ditch', entre outras, caíram facilmente no gosto dos fãs, pois representavam a verdadeira Dave Matthews Band.
A turnê do álbum 'Everyday' começou nos EUA como se nada tivesse acontecido. As músicas das 'The Lillywhite Sessions' estavam no repertório de praticamente todos os shows, além dos antigos clássicos e as novas 'I Did It', 'The Space Between' e 'What You Are'.
2001 acabou com mais um lançamento. 'Live In Chicago 12.19.98', um duplo ao vivo e, quem diria, de 1998, com nenhum material do álbum 'Everyday'. Talvez um presente para os fãs descontentes com o direcionamento mais comercial da banda, pois 'Live in Chicago 12.19.98' é da mesma turnê do álbum ao vivo anterior, 'Listener Supported', trazendo no seu repertório pérolas como 'The Last Stop', 'The Maker', 'Christmas Song' e 'Lie In Our Graves', além de músicos convidados, como Tim Reynolds (guitarra, no show inteiro) e Victor Lemonte Wooten (baixo, em '#41' e 'The Maker').
O tempo passou e finalmente a DMB resolveu assumir suas 'The Lillwyhite Sessions'. Em 2002 começaram a surgir rumores de que as músicas ali presentes estavam sendo regravadas por Dave Matthews e Cia. e que um álbum oficial de estúdio deveria ser lançado até o fim do ano.
No dia 16/07/2002, 'Busted Stuff', nome escolhido a partir da música 'Busted Stuff', é lançado com 11 faixas, dentre as quais 9 remanescentes das 'The Lillywhite Sessions' e mais duas novas, 'Where Are You Going' (novo 'single') e 'You Never Know' (ambas já fazendo parte de turnê nova). Do inteiro repertório das 'The Lillywhite Sessions' ficaram de fora, para descontentamento de muitos, 'JTR', 'Monkey Man' e 'Sweet Up and Down'.
Com 'Busted Stuff' a Dave Matthews Band volta às suas origens, com o estilo que consagrou Dave Matthews, Leroi Moore, Boyd Tinsley, Stefan Lessard e Carter Beauford. Com 'Busted Stuff' eles são mais uma vez “the best of what’s around”.

Por Rodrigo Simas
Do site DMBrasil.net.



Track List
  1. Panatala Naga Pampa
  2. Rapunzel
  3. The Last Stop
  4. Don't Drink the Water
  5. Stay (Wasting Time)
  6. Halloween
  7. The Stone
  8. Crush
  9. The Dreaming Tree
  10. Pig
  11. Spoon

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sábado, 11 de dezembro de 2010

Cordel do Fogo Encantado - Transfiguração

Em 1997 um grupo teatral voltou a atenção para a cidade de Arcoverde. Nascia o espetáculo "Cordel do Fogo Encantado", basicamente de poesia, onde a música ocuparia um espaço de ligação entre essa poesia. Começou em um ambiente de teatro e as pessoas envolvidas eram relacionadas ao teatro. Na formação, José Paes de Lira, Clayton Barros e Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o interior do estado.

Em Recife, o grupo ganhou mais duas adesões que iria modificar sua trajetória: os percussionistas Nego Henrique e Rafa Almeida. No carnaval de 1999 o Cordel se apresenta no Festival Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral ganha contornos de um espetáculo musical. Ao lirismo das composições somou-se a força rítmica e melódica dos tambores de culto-africano e a música passou a ficar em primeiro plano. A estréia no carnaval pernambucano mais uma vez chamou a atenção de público e crítica e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade em outros estados e o status de revelação da música brasileira.

Na formação, o carisma e a poesia de José Paes de Lira, a força do violão regional de Clayton Barros, a referência rock de Emerson Calado e o peso da levada dos tambores de Rafa Almeida e Nego Henrique. O Cordel do Fogo Encantado passa a percorrer o país, conquistando a todos com suas apresentações únicas e antológicas.

As apresentações da banda surpreenderam a todos não somente pela força da mistura sonora ousada de instrumentos percussivos com a harmonia do violão raiz. À magia do grupo que narra a trajetória do fogo encantado, soma-se a presença cênica de seus integrante e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.

Em 2001, com produção do mestre da percussão Nana Vasconcellos, o Cordel do Fogo Encantado se fecha em estúdio para gravar o primeiro álbum, que leva o nome da banda. A evolução artística amplia ainda mais o alcance do som do grupo que, mesmo atuando independente, ganha mais público e atenção da mídia, por onde passa.






A lona do circo foi desarmada. Depois de percorrer praticamente todo o país com o espetáculo que anunciava a passagem de um palhaço sem futuro e que rendeu indicações às mais respeitadas premiações musicais, o Cordel do Fogo Encantado lança seu terceiro disco: “Transfiguração”.

O trabalho completamente autoral reflete as mudanças na trajetória do grupo, que em 1997 saiu da pequena Arcoverde, sertão pernambucano brasileiro, para ganhar os ouvidos e as praças do mundo inteiro.

Do mergulho nos registros sonoros de suas origens, explorados no primeiro disco, passando pela combustão de “O Palhaço do Circo Sem Futuro”, dá-se a evolução musical da banda que cada vez mais apresenta uma musicalidade própria, única, forte, marcante e impactante.

A base continua a mesma: três percussões, um instrumento harmônico e a força da poesia como motivo da reunião. A maturidade musical se traduz no aprofundamento de novas descobertas sonoras de instrumentos. A percussão é levada para um ambiente mais contemporâneo, trazendo o frescor de uma música inventiva e não meramente reprodutora de ritmos existentes.

Com produção musical de Carlos Eduardo Miranda (O Rappa, Mundo Livre S/A, Raimundos, e Skank), co-produção de Gustavo Lenza (Bnegão e Mamelo Sound System) e mixagem de Scotty Hard (De La Soul, Wu Tang Clan, John Spencer Blues Explosion e Nação Zumbi), “Transfiguração” aponta o caminho de movimentação e mutação sonora da banda.

Pela primeira vez o processo de composição é invertido. Nos álbuns anteriores, o espetáculo nascia antes para depois virar registro de áudio. Agora, o disco nasce primeiro como música para posteriormente ser colocado em cena na estrada. Cada vez mais se aproxima a zona de limite pela qual transita o grupo, que passeia com a mesma força tanto pelas artes cênicas como pela musical. Isso se reflete na escolha dos produtores de “Transfiguração”.

“Transfiguração” é, entre os álbuns do grupo, o que apresenta maior diversidade musical. A única participação especial é de BNegão, na faixa “Pedra e Bala (ou Os Sertões)”. Repleto de referências, o disco propõe um passeio pelos universos de Graciliano Ramos, Ítalo Calvino, Nietzsche, Euclides da Cunha, Ana Cristina César, o beatnik de Jack Kerouak, além de Bertolt Brecht e José Celso Martinez Corrêa.

A produção independente, que teve o patrocínio da Petrobrás, traz 15 faixas, incluindo um bônus track com um solo de Clayton Barros e dois poemas: “TLANK!”, de Manoel Filó; e “Canto dos Emigrantes”, de Alberto da Cunha Melo, com interferências e texturas sonoras de Lira com Buguinha Dub.


1. Tlank
2. Aqui (ou Memórias do Cárcere)
3. O Sinal Ficou Verde (ou Alémm do Bem e do Mal)
4. Sobre As Folhas (ou O Barão nas Árvores)
5. Preta
6. Pedra e Bala (ou Os Sertões)
7. Louco de Deus (ou Perto de Você)
8. Ela Disse Assim (ou A Seus Pés)
9. Transfiguração
10.O Lamento das Águas Sagradas
11.Joana do Arco (ou Agitprop)
12.Canto dos Emigrantes
13.Morte e Vida Stanley
14.Na Estrada (ou Quando Encontrei Dean Pela Primeira Vez)
15.Acampamento
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Little Quail and The Mad Birds - Little Quail and The Mad Birds (1998)

Galera, está acontecendo nesse fim de semana (dias 10,11 e 12 de dezembro) o festival Rolla Pedra (http://www.rollapedra.com/), dando oportunidades e espaço aos artistas locais. Neste ano em que Brasília chega aos 50 anos, o Rolla Pedra realiza uma edição especialmente dirigida à música brasiliense e sua histÓria, abrigando 50 grupos musicais representativos das décadas 80, 90 e 00 (confira programação e detalhes a seguir), além de orgulhosamente receber o MÓVEIS CONVIDA comandando a programação do 2º dia do evento. O resultado disso é a realização de um dos maiores festivais de música já feitos no Distrito Federal. Na programação de domingo, um nome em especial: Little Quail and The Mad Birds.

Ouvi-os pela primeira vez na 5ª série e desde então, passei para o grupo que os define como uma das bandas mais injustiçadas no underground brasileiro. Fundada em 1988 passou 9 anos de estrada com a mesma formação: Gabriel Thomaz (guitar/voz), Zé Ovo (baixo/voz), e Bacalhau (bateria), o “Little Quail” conseguiu bons feitos durante a sua carreira. A partir de 91, já levavam mais de 1000 pessoas aos seus shows na capital (isso sem qualquer gravação), em 92 gravaram a única demo oficial da banda chegou a vender mais de 1500 cópias. De toda a nova geração dos anos 90 eles foram a primeira banda a entrar na programação diária em rádios de São Paulo e Brasília, com a musica “1, 2, 3, 4” e com o lançamento do 1º CD, em 93 pela finada “Banguela Records”, eles chegaram a primeiro lugar na MTV com a musica “Essa menina”.




Em 94 pegaram a Parati do Zé Ovo e caíram na estrada por 3 meses dormindo onde desse e tocando onde fosse possível! E alguns anos mais tarde com o estouro dos amigos do “Raimundos” fizeram vários shows de abertura para eles em casas como o Metropolitan e o Palace. E por méritos próprios, abriram vários shows de bandas renomadas como os Titãs, Ramones, Toy Dolls e participaram do Close Up do Rio. Um dos maiores sucessos dos “Raimundos”, “I saw you saying that you say that you saw!”, nasceu de uma parceria de Rodolfo com Gabriel. Em 96 lançaram o 2º CD, desta vez pela “Virgin-Brasil” - uma divisão da “EMI”, e o que parecia ser um passo para o reconhecimento nacional, acabou por ser um CD mal distribuído e conseqüentemente mal vendido, desgostosos com o resultado a galera resolveu se separar em 97.

1. 1,2,3,4
2. Cigarrete
3. Familia que briga unida, permanece unida
4. Aquela
5. Azarar na W3
6. Berma is a monster
7. Stock Car
8. Elvis não
9. Composição de sucesso
10. Lembranças de uma saudade
11. Hippião
12. Essa menina (Ao vivo)

13. Família que briga unida permanece unida (Ao vivo)
14. Grande reunião (várias músicas ao vivo)
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sambô - Áudio do DVD (2010)

Esse post é  uma dica valiosa do grande brother Lucas Sotelo, chorista, sambista e músico de primeira, além de grande apreciador da boa música.
Uma roda de amigos, todos músicos profissionais e com a mesma intenção: tocar um samba de primeira, em volta de uma mesa, batendo papo.
Assim nasceu o Sambô. Uma mistura de muita experiência profissional e de muita vontade de se divertir. Mas essa mistura não parou por aí.
Aproveitando o conhecimento em outros ritmos, principalmente o Rock e o Pop, e as características diferentes de cada um do grupo, surgiu o que o Sambô chama de “Rock-samba”.







Músicas como “Mercedes Benz” da Janis Joplin, “Rock’n Roll” do Led Zeppelin ou “I feel good” de James Brown, são cantadas por Daniel San (voz e pandeiro) com sua voz característica de rock e acompanhadas por cavaquinho, tan-tan, rebolo...instrumentos típicos de uma verdadeira roda de samba.
O Sambô ainda conta com Sudu Lisi na bateria, Ricardo Gama no teclado, Sávio Penha no cavaquinho, Júlio César na guitarra e banjo, Max Leandro no tan-tan e rebolo e a alegria e o swing de Zé da Paz no pandeiro.
Tudo isso misturado com um repertório de samba escolhido a dedo.

1 Retalhos de Cetim
2 É Preciso Muito Amor
3 Do Lado Direito, Da Rua Direita
4 Alegria de Domingo
5 Deixa
6 This Love
7 Simples Desejo
8 Não Deixe o Samba Morrer
9 Rock and Roll
10 Marcedes Benz
11 Fato Consumado
12 Esperanças Perdidas
13 José
14 Minha Vida
15 Maneiras
16 Não Vá Embora
17 Palpite
18 Sunday Bloody Sunday
19 I Feel Good
20 Rock das Aranhas
21 Satisfaction
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wolfmother - Acoustic (2009)

Banda de hard rock australiana, desconhecida da grande massa, e consequentemente de baixo nível, correto? ERRADO! Uma banda surpreendente, uma mistura fina de Black Sabbath, Deep Purple, The Who e Led Zeppelin.



A banda, liderada por Andrew Stockdale na guitarra e voz, com Aidan Nemeth na guitarra base, Ian Peres no baixo e teclados, e Will Rockwell-Scott na bateria é um convite à nostalgia, sendo descrita por Stockdale como fruto de vários anos de "jams" no anonimato. Vale a pena conferir!

1. Cosmic egg
2. White feather
3. Back round
4. Vagabond
5. Cosmic egg
6. Wuthering heights
7. Don’t let it bring you down
8. In the morning
9. Sundial
10. Woman (introduction)

11. Joker and the thief
12. Cosmic egg (bônus track)

13. Communication breakdown
14. Where eagles have been
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Chico Buarque e Maria Bethânia - Ao Vivo (1975)

Pra começar bem o dia, clássico. Não preciso apresentar nenhum dos 2, que individualmente são monstros consagrados da MPB, mas nesse encontro criam algo ainda mais sublime.





"O encontro apenas como encontro não basta, e sim a fagulha que ele gera. A troca de energias, seja na similaridade, seja na total diferença. Um álbum ao vivo parte do registro da intensidade dessa exposição de uma seleção de canções para um público, o autor executando sem a segurança e estabilidade do estúdio e querendo ou não, a reação do próprio público. Reação essa que na maioria das vezes não me agrada, música foi e sempre será algo introspectivo para mim, talhado, esculpido, e não visceral. Tirando essa particularidade, e como tudo possui uma exceção, um encontro épico que me parece merecer uma reflexão mais aprofundada é o disco gravado após a série de shows que Chico Buarque e Maria Bethânia fizeram no Canecão, em 1975. Reflexão pessoal, e não crítica, de dimensionar o registro desse disco e o que aconteceu naquela noite." 

  1. Olê, Olá
  2. Sonho Impossível
 (The Impossible Dream)
  3. Sinal Fechado
  4. Sem Fantasia
  5. Sem Açúcar
  6. Com Açúcar E Com
  Afeto
  7. Camisola Do Dia
  8. Notícia de Jornal
  9. Gota d'Agua
  10. Tanto Mar
  11. Foi Assim
  12. Flor da Idade
  13. Bem Querer
  14. Cobras E Lagartos
  15. Gîtâ
  16. Quem Te Viu, Quem
   Te Vê
  17. Vai Levando
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CREAM - DISRAELI GEARTS (1967)

Cream, um dos primeiros, e, por quê não, memorável power trio dos primórdios do rock'n'roll. Um grupo que em 3 anos, desde seu albúm de estréia "Fresh Cream" à dissolução meteórica da banda em 68, conseguiu mudar completamente o rumo do rock'n'roll. 



De fato, Eric Clapton na guitarra, Jack Bruce no baixo e Ginger Baker na batera, gravaram em 1967 aquele que seria um dos 10 discos mais importantes da história do rock. E este é o disco inicial do blog:

1. Strange Brew
2. Sunshine Of Your Love
3. World Of Pain
4. Dance The Night Away
5. Blue Condition
6. Tales Of Brave Ulysses
7. Swlabr
8. We're Going Wrong
9. Outside Woman Blues
10. Take It Back
11. Mother's Lame

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